Guilherme
O que Fernanda via era só uma camada. A superfície. O terno alinhado, o sorriso controlado, o escritório de vidro no topo da boate. Um CEO de respeito, respeitado. Mas o que realmente me fazia poderoso não estava no contrato social da empresa. Estava nos corredores escuros atrás do bar, nas conversas murmuradas entre beats pesados e olhares dopados.
A boate, a Morro, era só cenário. Luxo, luzes, decadência com perfume francês. O que a elite paulistana chama de “vida noturna”. O que eu chamo de vitrine.
Atrás daquela fachada, rodava o meu império. Cocaína pura, sem mistura de padaria. Distribuída com precisão cirúrgi