Fernanda é uma jovem que teve sua vida destruída por um incêndio criminoso que deixou seu corpo marcado por cicatrizes. Sem esperança de um futuro melhor, ela se isola do mundo e se entrega à prostituição para sobreviver. Mas seu destino muda quando ela conhece Guilherme , um homem poderoso e implacável que comanda o tráfico de drogas na cidade. Ele se sente atraído por Fernanda e decide comprá-la para ser sua propriedade exclusiva. Mas o que ele não esperava era que ela fosse despertar nele sentimentos que ele nunca sentiu antes. Será que Fernanda conseguirá confiar em Guilherme e se entregar a esse amor proibido? E Guilherme, será capaz de abandonar seu império do crime por ela? Descubra em O CEO do Tráfico, um romance dark cheio de emoção, suspense e erotismo.
Leer másGuilherme
Eu estava chegando em casa após uma noite intensa com uma morena incrível. Os momentos que passamos juntos ainda ecoavam em minha mente, mas eu precisava voltar à realidade. Assim que saí do carro, percebi dois jovens parados na portaria, claramente esperando por mim. Eu os reconheci de imediato - eram membros da minha equipe.
Com um aceno casual, cumprimentei os rapazes e dei sinal para o porteiro liberar a entrada deles. Não havia necessidade de formalidades. Eles eram parte do meu círculo mais próximo, e eu confiava neles como confiava em mim mesmo.
Subimos juntos no elevador, e durante o curto trajeto até meu apartamento, observei os olhares determinados nos rostos dos jovens. Eles tinham uma energia palpável, uma mistura de entusiasmo e respeito que eu sempre valorizava em meus homens. Era evidente que estavam prontos para o que quer que estivesse por vir.
Ao chegarmos ao meu andar, a porta se abriu e entramos no apartamento. O ambiente luxuoso contrastava com a atmosfera tensa que pairava entre nós. Meus pensamentos voltaram para os negócios, para os desafios que enfrentamos diariamente nesse mundo perigoso que escolhemos habitar.
Sentei-me em uma poltrona confortável na sala de estar e fiz um gesto para que os jovens se acomodarem também. Era hora de negócios.
― Então, o que temos para hoje? ― perguntei, meu tom de voz firme e determinado. Sabia que podia contar com esses rapazes para lidar com qualquer situação que surgisse, mas ainda assim, eu precisava estar a par de tudo.
Um dos jovens, JP, tomou a palavra e começou a relatar os últimos acontecimentos no submundo do tráfico. Ele falava com confiança e clareza, demonstrando um profundo conhecimento da situação atual e das estratégias necessárias para mantermos nosso controle sobre o morro.
Enquanto ele falava, eu observava atentamente, absorvendo cada detalhe, cada informação crucial que poderia influenciar nossas próximas jogadas. Era assim que eu operava - com precisão, determinação e uma mente afiada para os negócios.
Conforme a reunião avançava, discutimos planos, analisamos riscos e tomamos decisões estratégicas. Não era fácil liderar um império como o nosso, mas com uma equipe leal e dedicada ao meu lado, eu sabia que era capaz de enfrentar qualquer desafio que surgisse.
Quando a reunião chegou ao fim, eu agradeci aos jovens pela sua dedicação e comprometimento. Eles eram o coração pulsante da minha operação, e eu nunca deixava de reconhecer e valorizar seu trabalho árduo.
― Para não falarem merda, reconheço o trabalho e a fidelidade de vocês. Então recebam isso com agradecimento. ― Abrir a gaveta da mesa e joguei dois malotes de dinheiro na direção deles, que abriram um largo sorriso.
― Caraca chefia. Muito obrigado. ― respondeu o JP pegando o malote e colocando na mochila.
― Valeu mesmo. Quando precisar é só chamar. ― respondeu o outro. Ficou olhando o malote por um tempo. Era a primeira vez que aquele menor estava pegando no dinheiro, ainda mais aquele monte de dinheiro. Faz um mês que ele está trabalhando comigo nesse negócio, quem trouxe foi o próprio JP. Foi expulso de casa por fumar maconha pelo pai conservador, estava precisando de dinheiro e por isso que está na minha equipe. Tenho que dizer, ele trabalha direitinho.
Sentados na sala, com uma atmosfera um tanto mais leve após a breve troca de risos, eu os encaro com seriedade. JP e João, esses jovens são da minha confiança, estavam ali diante de mim, prontos para discutir os assuntos mais importantes.
― Agora que todos estão felizes, podemos falar do trabalho. ― digo com firmeza, deixando claro que é hora de abordarmos os negócios.
Os olhares dos jovens se voltam para mim, e posso ver a determinação em seus rostos. Eles sabiam que a conversa agora seria séria e crucial para os nossos negócios.
― Estou pensando seriamente em mudar o local de vendas. ― Assim que disse isso, noto que eles se entreolham por tempo, depois o menor fala.
― Mas por que chefia? Estamos vendendo pra caralho lá no morro, até gringo tá comprando. O material é de qualidade. ― indaga o João, não entendendo o motivo de eu querer mudar o local das vendas.
― Verdade, não sei por que o senhor quer mudar o local? Estamos faturando muito com as vendas. Por dia estamos tirando cinco mil. Ainda mais com o turismo lá na favela e sem contar dos bailes que está tendo lá na Maré. ― Afirma o JP. E o João balança a cabeça concordando com ele.
― Sim, pode até ser. ― comecei, os olhos fixos no horizonte enquanto deixava escapar um suspiro pesado. ― Mas estou cansado dessa porra. Meu produto é o melhor do Rio de Janeiro e não merece ficar nessas favelas. E é por isso que quero mudar, ampliar minhas vendas.
Cansado da rotina opressiva das favelas, onde a violência e a instabilidade eram constantes, eu sentia que era hora de alçar voos mais altos. Meu produto era de qualidade superior, e eu sabia disso. Não fazia sentido mantê-lo confinado a esses ambientes caóticos.
Olhei para Pedro e João, meus dois parceiros mais próximos, esperando que eles entendessem a gravidade da situação. Eles conheciam meu compromisso com a excelência e sabiam que não tolerava nada menos que o melhor para minha operação.
― Estou falando sério. ― continuei, meu tom de voz firme e determinado. ― Quero expandir nossas vendas para áreas mais lucrativas e menos voláteis. É hora de darmos o próximo passo.
Pedro e João trocaram olhares significativos, compreendendo a seriedade da minha decisão. Eles sabiam que isso significaria enfrentar novos desafios e possíveis obstáculos, mas confiavam em minha visão e estavam prontos para seguir adiante.
Eu me levantei da cadeira, a determinação pulsando em minhas veias. Era hora de agir, de fazer acontecer. Minha decisão estava tomada, e eu estava determinado a levar meu produto ao topo, não importando os obstáculos que surgirem no caminho.
Com passos firmes, eu me dirigi à janela, olhando para o horizonte com uma nova determinação. Estava na hora de mudar o jogo, de mostrar ao mundo do que éramos capazes. E eu estava pronto para liderar essa revolução.
― Chefe, está pensando aonde vamos vender? ― perguntou o João. Me virei e olhei para eles com um sorriso largo no rosto.
― Sim e já tenho lugar certo e não vamos ter problema com as vendas.
― Que maneiro, mas vai ser aonde? ― inquiriu o JP me fitando.
― Vai ser numa boate. E não vai ser qualquer boate, vai ser na minha! ― afirmo, depois de me sentar no meu sofá. Eles me olham confusos.
FernandaO cheiro do incenso barato misturado ao suor e ao perfume doce enjoava. Luzes vermelhas pulsavam nos cantos do salão, refletidas nas cortinas de veludo gasto, e mulheres transitavam em silêncio, sombras fugidias entre clientes ricos, bêbados ou perigosamente sóbrios. Os homens falavam russo, inglês ou árabe — todos querendo uma noite que terminasse com alguma alma dilacerada para sempre. Eu estava em Ufa, presa em um bordel clandestino, onde Anya agora decidira me expor como a principal mercadoria.O corpo doía, mas era a mente que mais sofria. A cada toque forçado, a cada olhar invasivo, me lembrava do símbolo “V” sangrento que gravara nas paredes do contêiner — promessa de sobrevivência, jura de resistência. Era tudo o que eu tinha. O resto era medo, mas também uma raiva que crescia, alimentando cada pensamento.Logo na primeira noite, conheci duas mulheres: Lena, ucraniana, com os olhos mais tristes que já vi, e Zoya, uma chechena de cabelos curtos, cicatriz no queixo e um
GuilhermeO horror das noites russas já não me assustava. A morte se tornara minha companheira desde o instante em que Anya Volkov sequestrou Fernanda pela primeira vez. Agora, guiado por um informante sussurrante da máfia russa, eu me encontrava diante de uma fábrica abandonada nos arredores de Moscou — um labirinto de concreto corroído pelo tempo e pelo silêncio.O vento gélido cortava o casaco escuro que eu usava como armadura. Cada respiração formava nuvens de vapor à minha frente; eu sentia o gosto metálico do gelo na língua. Apertava o coldre da pistola com as mãos treinadas, consciente de que cada passo me aproximava de mais um pesadelo — ou do reencontro com meu único alento de esperança: Fernanda.Meu informante, um soldado exilado da Bratva conhecido apenas como Sokol, apareceu da penumbra, o olhar tenso por baixo do capuz.— Vitale, — murmurou, voz rouca. — É aqui. Anya usa este lugar como central de comunicações. Há túneis sob o galpão que levam à fortaleza em Ufa. Mas cui
AnyaO iate deslizou pelas águas geladas do Neva como uma predadora silenciosa, sua proa iluminada por holofotes amarelados que faziam a neblina cintilar em partículas de ouro. No convés principal, as cortinas brancas da tenda balançavam suavemente, encobrindo o espetáculo macabro prestes a começar. Homens e mulheres em trajes de gala, de olhos vidrados em taças de champanhe, aguardavam ansiosos. Eu observei cada um deles de longe, contagiada pela aura de poder e perversão.No centro do salão, um palco circular iluminado por lâmpadas frias exibia Fernanda. Ela vestia seda branca, comprida, que contrastava com a palidez do rosto. Os holofotes realçavam cada curva do corpo, e ela permanecia ereta, o olhar perdido entre o horror e a inevitável necessidade de sobreviver. Era uma obra de arte
FernandaAcordei com o corpo gelado, cada músculo retorcido de exaustão e medo. Abri os olhos para um teto baixo, iluminado por uma lâmpada fria e tupida. As paredes, de concreto cru, estavam cobertas de rachaduras e mofo. Era uma cela sem janelas, onde o som distante de correntes se misturava ao eco dos meus próprios batimentos.Levantei‐me com dificuldade, sentindo cada osso responder à humilhação de me ver presa novamente. Minhas roupas haviam sido trocadas por um uniforme branco, fino demais para me aquecer. No canto, uma pia entupida, sem torneira – um engano planejado para me descrer da própria humanidade.Voz por alto‐falantes:“Lembre‐se, Fernanda, você é um produto de luxo. Seduza, entregue o sonho e desapareça antes que te destruam.”O som rasgava o silêncio como navalha. A hipnose havia começado após o sequestrar: sessões em que me faziam ouvir ordens de sedução, vestida em seda, sorrindo para monstros mascarados. Depois, me prendiam a correntes geladas, confirmando que eu
GuilhermeA nevasca fazia dos arredores de Moscou um labirinto de branco impenetrável — perfeito para um ataque relâmpago. Quando pousamos, senti o frio congelar cada gota de sangue, mas meu ânimo ferveu. Fernanda ainda estava nas garras de Anya, e eu não pararia até arrancá‑la desse inferno.JP e Carlos se alinharam atrás de mim, armas em punho. As luzes dos faróis do carro iluminavam a silhueta maciça da mansão: torres brancas, muros altos, silêncio absoluto. Era como um castelo de gelo guardando centenas de segredos sombrios.— Aqui — sussurrei, apontando a escada lateral. — Entrem silenciosos.Subimos como fantasmas, correndo pelas pedras geladas. Carlos forçou a porta dos fundos enquanto JP montava sentinelas. Dentro, o corredor escuro exalava cheiro de mofo e metal. Câmeras estavam mortas — bom sinal: a primeira parte do plano funcionara.Logo ouvimos gritos abafados: mulheres, provavelmente vítimas, encurraladas em celas improvisadas. Atirei no cadeado com um único disparo. O t
GuilhermeQuando a notícia chegou, foi como uma bomba explodindo no meu peito: Fernanda fora levada. Cada sílaba daquela frase me atravessou como estilhaço de vidro. Eu, que sempre me orgulhei de controlar cada movimento no morro e na boate, me vi impotente, paralisado pela própria culpa.Olhei para o telefone trêmulo em minha mão. A mensagem de JP era seca, sem conselhos, apenas fatos:“Ela foi sequestrada da cobertura. Viktor e capangas da Volkov fugiram em carro preto. Estamos rastreando. Preciso de suas ordens.”Engoli em seco, sentindo o ar faltar. Cada segundo que ela permanecia nas mãos de Anya era um segundo a mais de tortura para o coração que eu me negava a admitir que sangrava de amor.Liguei para JP com a respiração ofegante: — JP, onde ela está? — Não temos localização precisa, mas as pistas levam à Rússia. Anya usou identidades falsas e um avião fretado. Senti uma onda de desespero romper todas as defesas. — Vou para lá. Preparar passaportes, contatos. Quero minha eq
Último capítulo