GuilhermeO escritório estava escuro, iluminado apenas pelas luzes da cidade que entravam pelas janelas de vidro. As câmeras de segurança piscavam em tons de vermelho e azul, como corações eletrônicos batendo num ritmo caótico. Meu território. Meu mundo.Mas ultimamente, o caos tinha se tornado mais que um efeito de luz. Havia rachaduras. E eu não ia permitir que se alastrassem.Leon era uma dessas rachaduras. E hoje, eu ia selá-la com sangue, se fosse preciso.Eu estava sentado na poltrona de couro preto, os pés apoiados na mesa de vidro, uma mão segurando o copo de uísque enquanto a outra girava lentamente a faca que eu tinha pegado da gaveta. A lâmina refletia a luz das câmeras, cortando o ar como eu queria cortar a garganta do desgraçado que achou que podia me desafiar.João entrou primeiro, seguido de JP. Logo atrás, dois seguranças arrastavam Leon, os braços dele amarrados nas costas, o rosto marcado por hematomas frescos. Um dos seguranças tinha o nariz sangrando. Leon devia
GuilhermeO gosto dela ainda queimava na minha língua quando soltei o beijo e a empurrei para trás, as costas dela batendo contra a parede úmida do corredor. As luzes da pista ainda piscavam ao nosso redor, mas tudo que eu via era o brilho desafiador nos olhos dela.Ela tinha me testado. Me desafiado. Se exibido na minha boate, no meu território, com meu nome marcado na pele. E agora ia pagar por isso.— Vira — rosnei, os dedos ainda cravados no braço dela.Ela hesitou por um segundo, os lábios inchados do beijo, a respiração entrecortada. Mas eu não tinha paciência para a luta dela hoje. Não depois de passar a faca na coxa de Leon, não depois de sentir o cheiro do medo e do sangue dele manchando meu escritório.Apertei o braço dela com mais força, girando seu corpo e a prensando contra a parede. Os cabelos soltos se espalharam, a tatuagem na nuca brilhando sob as luzes piscantes. Meu nome, marcado, inchado, ainda cicatrizando.Agarrei os cabelos dela com força, puxando a cabeça pa
FernandaMeus joelhos ainda tremiam quando ele saiu do depósito, a porta se fechando com força, o som ecoando entre as pilhas de garrafas. Eu escorreguei contra as caixas, o vestido rasgado pendendo dos ombros, o peito subindo e descendo em arfadas curtas e irregulares.O cheiro de álcool e pó de vidro enchia minhas narinas, misturado ao suor que escorria pela minha pele quente, marcada. A tatuagem na nuca queimava como se ainda estivesse sendo feita, como se cada estocada dele tivesse reacendido a tinta sob minha pele.Ele tinha me deixado ali. Nua. Molhada. Frustrada. Humilhada.Eu queria chorar. Queria gritar. Mas tudo que consegui foi cravar as unhas na borda da caixa, os dedos escorregando no papelão úmido. Minha respiração saia como um rosnado baixo, meus dentes trincando, o gosto de sangue nos lábios que ele tinha mordido com força.Eu tremia. Mas não era só de raiva.Era de desejo. De ódio. De uma mistura venenosa que me corroía de dentro pra fora.Ele tinha me fodido c
Guilherme Eu estava chegando em casa após uma noite intensa com uma morena incrível. Os momentos que passamos juntos ainda ecoavam em minha mente, mas eu precisava voltar à realidade. Assim que saí do carro, percebi dois jovens parados na portaria, claramente esperando por mim. Eu os reconheci de imediato - eram membros da minha equipe.Com um aceno casual, cumprimentei os rapazes e dei sinal para o porteiro liberar a entrada deles. Não havia necessidade de formalidades. Eles eram parte do meu círculo mais próximo, e eu confiava neles como confiava em mim mesmo.Subimos juntos no elevador, e durante o curto trajeto até meu apartamento, observei os olhares determinados nos rostos dos jovens. Eles tinham uma energia palpável, uma mistura de entusiasmo e respeito que eu sempre valorizava em meus homens. Era evidente que estavam prontos para o que quer que estivesse por vir.Ao chegarmos ao meu andar, a porta se abriu e entramos no apartamento. O ambiente luxuoso contrastava com a atmosf
GuilhermeDepois de expor minha decisão de expandir nossas vendas para uma boate, encarei JP e João, observando a confusão estampada em seus rostos. Era compreensível. Eles não esperavam essa reviravolta nos nossos planos, e eu entendia perfeitamente suas dúvidas.— Sim, é isso mesmo. — respondi, mantendo minha expressão séria. — Vou abrir uma boate, e será lá que vamos vender nosso produto.Os olhares de incredulidade dos jovens me atingiram, mas eu estava decidido a seguir adiante com minha ideia. Era arriscado, eu sabia, mas também era uma oportunidade única para expandirmos nossos negócios de uma forma completamente nova.— Mas você tem uma boate? — perguntou JP, ainda tentando processar a informação.— Não ainda. — admiti, — MAS vou abrir uma. E será a melhor boate da cidade.Expliquei-lhes minha visão para o empreendimento, detalhando os planos de transformar o local em um ponto de encontro exclusivo, onde a elite da cidade se reuniria para se divertir e, é claro, consumir noss
GuilhermeEnquanto eu caminhava pela boate, observando os clientes se divertindo e desfrutando da minha boate, meus olhos foram atraídos para uma mesa no segundo andar. Lá estava ela: uma bela morena, sentada sozinha, envolta em uma aura de mistério e elegância.Seus cabelos escuros caíam em cascata pelos ombros, destacando seus traços delicados e sua pele suave. Seus olhos, profundos e intensos, pareciam capturar a luz da boate, brilhando com um brilho sedutor que me deixou hipnotizado.Por um momento, parei no meu caminho, incapaz de desviar o olhar. Havia algo magnético nela, algo que me puxava para mais perto, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Era como se o tempo tivesse parado e só existíssemos nós dois naquele momento.Com um impulso irresistível, fui até ela, precisava falar com ela. Porém, na mesma hora, parei quando vi um homem de terno se aproximando da mesa onde ela estava sentada. Estava recuando daquela mesa, mas, quando estava saindo, ouvi uma voz.― Ei? Ei, não est
FernandaO telefone continuava a tocar, e cada toque parecia ecoar pelo meu pequeno apartamento, enchendo o espaço com um som irritante e insistente. Eu sabia quem era – Miriam. E sabia exatamente por que ela estava ligando. O jogador com quem eu deveria ter passado a noite não estava satisfeito, provavelmente já tinha reclamado, e agora Miriam queria uma explicação.Eu me sentei na beira da cama, olhando para o telefone que ainda vibrava na minha mão. Podia sentir meu coração acelerado, e minha mente estava correndo, tentando encontrar as palavras certas para explicar a situação. Miriam não era uma pessoa fácil de lidar, e eu sabia que qualquer deslize na minha explicação poderia me colocar em sérios problemas.Finalmente, respirei fundo e decidi atender. ― Alô?― Fernanda, onde você está? O que aconteceu? ― A voz de Miriam era cortante e impaciente, como eu já esperava.― Estou em casa, Miriam. Houve um problema, eu não consegui... ― comecei a falar, mas ela me interrompeu imediata
GuilhermeEstava terminando mais uma sessão intensa de malhação na academia. A sensação de suor escorrendo pelo meu corpo e a dor agradável dos músculos trabalhados me davam uma sensação de realização. O treino sempre foi uma forma de liberar o estresse, de focar minha mente e manter meu corpo em forma para enfrentar qualquer desafio.Saí da academia e comecei a caminhar em direção à padaria que ficava no caminho do meu apartamento. Era um lugar simples, mas tinha o melhor café e croissants de queijo e presunto que eu já tinha provado. Enquanto caminhava, meus pensamentos voltaram para a morena da boate, a mulher que eu tinha defendido do tal jogador na noite da inauguração.Sua imagem estava gravada na minha mente: aqueles olhos profundos e intensos, os cabelos escuros caindo em cascata pelos ombros, a forma como ela parecia tão vulnerável, mas ao mesmo tempo, tão forte. Desde aquela noite, eu não conseguia parar de pensar nela. Quem era ela? Por que estava ali? E por que aquele joga