Fernanda
Sentada na cama, encarei os dois convites que a vida havia colocado diante de mim naquela noite. Meu coração acelerado batia em um ritmo desconcertado, dividido entre o prazer viciante que Guilherme oferecia e a liberdade perigosa escondida na proposta de Anya.
Meu celular brilhava sobre o lençol macio, a tela iluminada com a mensagem que acabara de receber. Cada palavra parecia gritar comigo:
ANYA:
Seu voo sai esta madrugada, Fernanda. É agora ou nunca. Moscou não espera, e essa chance é única. Você não terá outra.
A oferta soava tentadora e perigosa ao mesmo tempo. Eu já conhecia os riscos, sabia das histórias sussurradas por Miriam, mas ainda assim, a ideia de escapar daquela vida dominada por desejos alheios me atraía. Só que havia um detalhe crucial: Guilherme.
Como se pudesse ouvir meus pensamentos, o telefone vibrou novamente. Desta vez, uma ligação direta dele. Respirei fundo e atendi, a voz saindo trêmula apesar da minha tentativa de parecer firme:
— Guilherme?
— Fe