O portão da mansão fechou-se atrás deles com um rangido metálico, pesado, como se o próprio ferro soubesse que estava aprisionando tudo o que tinham deixado lá dentro: Nicolau e suas manipulações, Benjamin e sua fúria, Clara e seu veneno.
O carro avançou pela estrada ladeada de árvores, mergulhado em silêncio absoluto.
Olívia mantinha os olhos fixos no vidro da janela, vendo as sombras das arvores sucederem em flashs e borrões rápido. As mãos estavam entrelaçadas no colo, tão tensas que os dedos doíam. Ela queria falar, mas cada palavra parecia um risco.
O coração ainda batia rápido demais. A cena na sala ecoava dentro dela; Benjamin gritando, Clara atacando, Ian segurando seu pulso, firme, prometendo que ninguém nunca mais a tocaria.
O que aquilo significava?
Por que aquelas palavras, tão duras, soavam como proteção, quase como… cuidado?
Engoliu em seco e apertou mais os dedos no colo. Sentia-se frágil, cansada, como se todo o corpo fosse feito de vidro prestes a estilhaçar.
Do outro