O sol da tarde derramava-se sobre a varanda da casa de frente para o mar, pintando o mundo em tons de mel. O som constante das ondas era a trilha sonora da nova vida deles – não mais uma fortaleza imponente, mas um refúgio aconchegante, com janelas sempre abertas para a brisa salgada.
Olívia, sentada no chão da varanda, sorria enquanto ajudava Arthur, de seis anos, a encaixar as peças de um quebra-cabeça de baleias. O menino tinha os olhos escuros do pai e a determinação da mãe.
À distância, na rede estendida entre dois pilares, Léo, agora com treze anos, estava imerso em seu universo digital, fones de ouvido abafando o mundo. Mas, de vez em quando, seus olhos se encontravam com os de Olívia ou de Ian, e um quase-sorriso escapava – a confirmação silenciosa de que, apesar da rebeldia adolescente, ele estava ali, inteiro e seguro.
Ian observava a cena da cozinha, uma xícara de café na mão. Seus olhos pousaram no jornal aberto na mesa. Na página de negócios, uma foto do edifício Moretti