Um mês se passou desde a noite no galpão. A mansão Moretti não era mais a mesma. O fantasma de Nicolau parecia finalmente ter sido exorcizado, não por exorcismo, mas por ocupação. A energia era diferente, menos solene, mais… viva. Mais barulhenta.
O barulho vinha principalmente de uma fonte: Luna. A menina de sete anos, com seus olhos verdes herdados do pai e uma resiliência surpreendente, estava por toda parte. Seus passos leves ecoavam nos corredores de mármore, seu riso — um som ainda raro, mas cada vez mais frequente — enchia os espaços que antes guardavam apenas silêncios pesados.
Matheus, agora, não era mais apenas o segurança que morava em um pequeno apartamento no centro da cidade dormia em um quarto funcional anexo a casa. Ele se mudara para uma suíte no andar principal, uma que tinha vista para os jardins onde Luna gostava de correr. Era um ato simbólico e prático. Ele estava presente. E Carla estava com ele.
Era estranho. Desajeitado. Uma tríade improvisada: o pai violento