Nicolau ajeitou o paletó, e sem olhar para trás, foi o primeiro a sair da sala.
O eco da bengala de Nicolau ainda tilintava contra o mármore quando ele deixou o lugar, impondo sua marcha lenta, mas implacável. Como sempre, o patriarca saía assim: com a frieza de quem não precisava assistir ao incêndio porque já sabia que as chamas o serviriam. Deixndo o caos para trás, como um maestro satisfeito após o clímax da sinfonia.
O silêncio que restou não era vazio. Era tão carregado de mágoa, raiva e veneno que se tornara tão denso que parecia pesar nos ombros.
Olívia sentiu o corpo pedir ar, e deu um passo para seguir Ian, mas antes que pudesse se mover, sentiu uma mão forte agarrar seu braço, dedos firme se fechando em torno de sua pele.
Benjamin.
O aperto foi forte, quase violento.
— O que diabos você quis dizer com aquilo? — a voz dele era grave, um rosnado, os olhos vermelhos e faiscando de raiva. — Quando perguntou se Clara tinha certeza de que o filho era meu?
Olívia congelou por um i