O prédio das Indústrias Moretti erguia-se no horizonte como uma fortaleza de aço e vidro contra o céu da manhã, refletindo a luz solar que batia nas janelas altas, e a imponência parecia sussurrar uma verdade: aquele lugar não era apenas um centro de negócios, era o trono de Nicolau.
Ian estacionou o carro na vaga reservada e, por um instante, ficou imóvel, as mãos no volante. Respirou fundo, fechou os olhos e deixou que a sensação conhecida o tomasse: aquela mistura de fardo e pertencimento. Crescera naquele mundo, moldado para se tornar um sucessor. Mas agora, o jogo havia se tornado mais perigoso do que nunca.
Ao entrar no saguão principal com passos firmes, cumprimentou com um aceno rápido os funcionários que já trabalhavam. Subiu no elevador sem trocar palavras, o olhar fixo no painel, a mente já no andar superior. O peso da convocação do avô o acompanhava como uma sombra.
Quando as portas do elevador se abriram no último andar, a cena o atingiu em cheio. Ele não encontrou apenas