O beijo não aconteceu de repente.
Ele se formou como tempestade lenta, inevitável, crescendo entre silêncios e respirações presas. Quando os lábios de Ian tocaram os de Olívia, não foi choque, foi reconhecimento. Como se já tivessem se encontrado antes, em um tempo esquecido, em uma vida onde nada os separava.
O calor percorreu-a inteira, lento e devastador. O beijo não era apressado, não era uma faísca impensada. Era profundo, firme, cheio de peso. Ele a beijava como se tivesse esperado anos, como se guardasse aquele gesto em um cofre que agora se rompia.
E ela… ela correspondeu como quem se reencontra consigo mesma.
O gosto dele, ferro, café e silêncio, misturava-se ao dela, sal, medo e entrega. A respiração se confundia, os corpos se inclinavam sem que percebessem. O mundo desapareceu.
Por instantes, não havia hospital, nem cirurgia, nem Morettis, nem contratos ou dores antigas. Só havia aquela familiaridade inexplicável.
Quando finalmente se afastaram o suficiente para respirar, o