O zumbido branco da UTI tinha se transformado em um ritmo mecânico e hipnótico: o bip… bip… bip… constante do monitor cardíaco de Ian, a máscara de oxigênio sibilando suavemente, o gotejar silencioso dos soros e analgésicos. Ele estava estável. Sedado. Fora do perigo iminente, mas mergulhado em um sono químico profundo que o afastava do mundo, e dela.
Olívia estava sentada na cadeira rígida ao lado da cama, sua mão envolvendo a dele, que estava fria e inerte. Léo, exausto, dormia em um pequeno sofá na sala de visitas anexa, sob o olhar atento de um segurança. Carla e Matheus lidavam com o mundo exterior. Por um momento, não havia nada para fazer além de esperar e vigiar.
Foi então que a pressão, acumulada em ondas sucessivas desde o estampido no armazém, passando pelo terror da coletiva e pelo desespero da espera na sala cirúrgica, encontrou uma brecha. Um tremor começou em suas mãos, subiu por seus braços, sacudiu seus ombros. A visão embaçou. Ela precisava sair dali.
Com um último o