A consciência voltou a Ian em camadas, como um mergulhador subindo lentamente das profundezas de um mar escuro e silencioso. Primeiro, a dor. Uma dor maçante e latejante que parecia emanar de seu ombro esquerdo e se espalhar por todo o torso, um peso de chumbo e fogo. Depois, os sons. O bip… bip… bip… regular e insistente. O sibilo ritmado de uma máquina. O murmúrio distante de vozes.
Ele tentou abrir os olhos. As pálpebras pesavam toneladas. A luz branca e difusa do ambiente da UTI o fez piscar, ofuscado. A desorientação foi total. Onde estava? O último fragmento de memória… o palco. As luzes. O som seco. A sensação de ter sido atingido por um taco de baseball em chamas. Olívia gritando seu nome.
Olívia.
O nome explodiu em sua mente como um farol no nevoeiro. O pânico, mais agudo que a dor física, lhe deu força. Ele tentou se mover, sentar, mas um braço gentil mas firme o impediu.
— Ian. Está tudo bem. Está tudo bem, você está no hospital.
A voz dela. Raspada pelo cansaço, mas ali, r