O silêncio na biblioteca era mais espesso que a escuridão atrás do painel de madeira aberto. Olívia permanecia de joelhos no chão frio, o vazio do quarto de Léo ecoando em cada batida do seu coração. O nome "Helena" girava em sua mente, uma faca giratória que refazia cada memória de cuidado, cada gesto de afeto, em pedaços de uma manipulação perfeitamente arquitetada.
Ela levantou o olhar para a passagem secreta. A escuridão lá dentro parecia respirar, um pulmão úmido e antigo da mansão.
— Eu vou entrar — sua voz saiu rouca, mas firme, carregada de um desespero que já se transformava em algo mais perigoso: uma determinação cega.
— Olívia, não — Ian tentou, colocando a mão no seu braço. — Não sabemos o que há lá. Pode ser uma armadilha.
— Meu filho está lá! — ela gritou, sacudindo-o. — Ou pelo menos, o caminho para ele começa ali! Você vai ficar aqui calculando riscos enquanto ela some com ele?
Sem esperar por resposta, ela se levantou e marchou em direção à abertura escura. Ian e Math