O céu pré-amanhecer era uma massa cinzenta e ameaçadora sobre os velhos estaleiros. O ar frio do rio carregava o cheiro de ferrugem, água parada e desespero. Olívia caminhava sozinha pela rua de paralelepípedos quebrados, seus passos ecoando na escuridão silenciosa. Cada batida do seu coração era um grito: Léo, Léo, Léo.
Ela estava destroçada por dentro. O mundo que conhecera havia se desintegrado em menos de 24 horas. Mas em meio aos escombros, havia uma única bússola: o instinto materno, feroz e cego. Ela faria qualquer coisa. Assinaria qualquer confissão. Entregaria sua própria alma. Tudo para ter seu filho de volta nos braços.
O armazém 7, como indicado no endereço, era um monstro de concreto e ferro retorcido, com portas de correr enferrujadas parcialmente abertas. Um convite para o abismo.
Olívia parou na entrada, sua respiração formando nuvens brancas no ar frio. Ela olhou para trás, para as sombras onde Ian e Matheus deveriam estar se posicionando. Não os via. Só confiava que