O corredor que levava ao escritório de Nicolau parecia mais comprido do que o normal. Ian caminhava ao lado dele, mas sem trocar uma palavra. Cada passo ecoava no mármore como se estivesse marcando tempo para algo inevitável.
Ao entrar, Nicolau fechou a porta devagar, sem pressa, mas com firmeza. Ficou de pé atrás da própria mesa, como um juiz, prestes a dar sua sentença.
O ambiente estava silencioso, exceto pelo tique-taque grave do relógio da parede.
Ian cruzou os braços, esperando.
— Isso… — Nicolau começou, e fez uma pausa proposital, como se a escolha das palavras fosse parte da estratégia — …não é o tipo de situação que deixo passar sem entender a fundo.
— Situação? — Ian rebateu, o tom contido, mas carregado de desafio. — Se está falando de Benjamin provocando Olivia… não tem nada para entender.
— Eu certamente preciso entender essa história. — Nicolau insiste, a voz firme. — Porque se houver alguma verdade nisso... As coisas mudam. Muito.
Nicolau inclinou o corpo para frente,