A atmosfera da sala parecia ter perdido o peso. Ou talvez, tivesse ganhado mais.
O som que veio depois da pergunta de Léo não foi exatamente silêncio. Foi um esvaziamento. Como se todos os móveis tivessem sido retirados da sala, deixando apenas a tensão no lugar.
A voz de Léo, pequena e pura, ecoava na cabeça de Olivia como se o tempo tivesse desacelerado. “Você que é o meu pai?”
Clara parou de respirar por um segundo, mas se recompôs com um sorriso que não chegava nos olhos.
Benjamin ficou estático por um segundo. Apenas um segundo. E foi o suficiente para que Olivia percebesse que ele não esperava aquela pergunta, mas também não se incomodava com o fato de tê-la acontecido.
Clara finalmente se mexeu. Jogou a cabeça para trás, soltando uma risada breve que soou tão falsa quanto o diamante na sua orelha.
— Oh, querido... — disse ela, rindo baixo, e abaixando-se para ficar na altura de Leo.
Sua voz melosa era puro veneno, quase como quem tenta distrair uma criança de um brinquedo peri