Capítulo 215

Ian permaneceu diante da porta por longos segundos, sua mão pairando no ar como um pássaro ferido prestes a bater asas contra uma vidraça. O som de seus nós dos dedos contra a madeira ecoou não como uma batida, mas como uma detonação abafada; o anúncio sombrio de que não havia mais volta.

Desde a conversa com Matheus, algo fundamental em seu núcleo havia rachado. Não era apenas a raiva que o consumia agora; era uma exaustão tão profunda que parecia ter se fundido à sua medula.

Quando a porta se abriu, foi como assistir a um quadro ganhar vida. Olívia. Parada na moldura, iluminada pela luz suave do interior, com as malas abertas ao fundo como testemunhas mudas de sua partida. Seu rosto estava pálido, as olheiras profundas pintadas de um roxo cansado, e seus olhos... seus olhos eram dois lagos vermelhos de um choro que parecia não ter fim. E, ainda assim, para Ian, ela era a paisagem mais devastadora e bela que seus olhos já haviam contemplado; uma catedral em ruínas que ele mesmo havi
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