Cheguei em casa com o mundo girando.
Minhas mãos ainda tremiam depois da conversa com minha mãe. Cada palavra dela parecia uma faca — e o nome “Bellini” ainda ecoava nos meus ouvidos como um presságio.
Dante Bellini.
O homem que me fez gozar contra uma parede de vidro. Que me olhava como se eu fosse a única verdade dele. Que sussurrava meu nome como se pertencesse a ele.
E também o homem que, de alguma forma, estava ligado à queda do meu pai.
Joguei a bolsa no sofá e fui direto para o banheiro. A água quente bateu nas minhas costas como um tapa, mas nada lavava aquela sensação de estar sendo engolida viva por um segredo maior do que eu.
“Você se envolveu com a porra de um mafioso, Helena.”
Saí do banho, enrolei a toalha no corpo e fui até o quarto. A escuridão me acolheu — até ser rasgada por um som que me fez parar.
Uma batida na porta.
Coração disparado, me aproximei da entrada devagar, pés descalços no chão gelado. Olhei pelo olho mágico.
Dante.
Meu corpo inteiro reagiu, mesmo cont