O tempo passou como uma névoa espessa e pesada. Os dias se arrastaram entre a faculdade, os compromissos e a rotina que, de alguma forma, me afastava de tudo o que eu queria evitar. Ou talvez, mais precisamente, de tudo o que eu queria entender. E Dante… ele não saía da minha cabeça.Às vezes, parecia que ele me perseguia. Eu o via em todos os cantos, no modo como o vento fazia a capa do meu casaco se mover, no brilho metálico dos carros estacionados na rua, no toque sutil de alguém passando por mim, quase tocando. Ele me rondava, mas de uma forma silenciosa, quase imperceptível. E isso me deixou obcecada.Tentei seguir com minha vida. Dei a desculpa de estar ocupada para evitar sair e encontrar Léo, que, por mais simpático, não conseguia apagar a marca de Dante. Nem que eu tentasse — e tentei.Mas o universo parecia ter seus próprios planos.Foi numa terça-feira que, ao sair da faculdade, o vi novamente. No mesmo lugar, com a mesma postura. A presença dele era ainda mais imponente, m
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