Capítulo 9

POV: Dante

O cheiro dela ainda estava nas minhas mãos.

Helena era fogo e faca. E eu, um homem que sabia brincar com a morte, mas nunca soube lidar com amor. Muito menos com a ideia de perder alguém que sequer tive por completo.

Desci até a garagem do prédio dela e entrei no carro. O motorista já me esperava, com o semblante tenso.

— Seu tio quer vê-lo. Agora.

Fechei os olhos por um segundo. Isso não era bom.

A mansão dos Bellini ficava afastada da cidade, cercada por muros altos, câmeras e segredos enterrados. Entrei no salão principal com o coração acelerado, como se minha alma soubesse que alguma coisa estava prestes a ruir.

Meu tio, Salvatore Bellini, estava sentado na poltrona de couro como um rei decadente — charuto aceso, terno alinhado, olhos duros.

— A gente fez um trato, Dante. Você cuida dos negócios, mas mantém o coração fora disso.

— Eu sei o que tô fazendo.

— Sabe? Porque parece que tá comendo uma garota que deveria ser apenas mais um nome no meio da multidão. Mas não é,
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