Angelina Da Costa
O domingo parecia saído de um sonho bom. Um daqueles em que a gente não quer acordar. Eu e Saulo tínhamos ido ao cinema, após termos brigado na sexta-feira, e mesmo que eu me sentisse um pouco deslocada com a idade, o medo das pessoas nos olhar e as perguntas que sempre machucaria, ele segurou minha mão como se estivesse comigo por completo, sem se importar com o que eu tinha ou deixava de ter.
Assistimos ao filme rindo baixo, nos olhando em silêncio, dividindo uma pipoca enorme, duas latas de refrigerantes como dois adolescentes que tinha algo a dizer. Depois, andamos pela praça como dois adolescentes descobrindo o amor pela primeira vez. O sorvete escorria pela casquinha, os dedos se tocavam a cada passo.
E em mim, borboletas azuis dançavam por dentro, flutuavam. Aquelas que eu já tinha esquecido como sentir.
Mesmo com tudo... mesmo com a diferença de idade, com os medos, com a vergonha... eu estava disposta. Disposta a enfrentar o mundo com ele.
Era o segundo m