Saulo Prado
Frantesca conseguia exatamente o que queria: tirar de mim qualquer traço de paz. Com aquela ameaça velada, meu sangue ferveu.
Se aquele vídeo fosse exposto, o nosso, comparado com aquela violência feita por Otávio Prado, com algum áudio manipulado, minha carreira estaria acabada. Eu sabia. E demoraria anos para fazer alguém acreditar que eu e Angelina éramos apenas parceiros profissionais, mesmo que ela dissesse o contrário, a sociedade não seria gentil, já não estava sendo, mesmo que eu ignorasse os olhares, os murmurios na empresa, sabia que não seria fácil.
Eu mal me aproximei, e Frantesca já gritou, se afastando da mesa como se fugisse de um predador.
- Socorro! Pelo amor... ai... - Ela se jogou contra a parede de forma cenil.
Fiquei imóvel por um segundo, as mãos ainda fechadas em punhos. Eu nunca, jamais, agrediria uma mulher por mais que meu sangue fervesse no momento. Na cama, sim, já houvera tapas e puxões de cabelo, mas consensuais. Isso... isso era outra históri