Saulo Prado
A polícia estava posicionada, bloqueando todas as saídas, coletes, armas empunhadas, vozes baixas trocando ordens, mas ainda assim tensas. - Sr. Prado, a sua residência está cercada - informou o oficial pelo rádio. - Nenhum movimento, nenhum som vindo de dentro.
A ausência de resposta era inquietante. Um silêncio carregado, que parecia gritar mais alto do que qualquer tiro. O coração disparou dentro do meu peito. Respirei fundo, tentando acalmar a fúria, canalizando-a em foco absoluto. Cada segundo sem saber era um segundo a mais em que eles poderiam machucar os meus.
- Eles não vão sair por vontade própria - murmurei para ele, meus olhos percorrendo cada janela, cada sombra projetada pela luz da manhã. - Então nós vamos até eles.
Um policial se aproximou, nervoso, e baixou a voz.
- Precisamos da chave da casa. Não podemos forçar a entrada sem arriscar a integridade de todos lá dentro.
O peso da responsabilidade caiu sobre mim. Eu sabia que qualquer hesitação podia custar