Adriano passou a noite em claro.
Cada frase dita por Mariana ecoava na mente como um enigma impossível de decifrar.
“Eu estou grávida.”
Mas algo naquela cena não batia. Nem a expressão dela, nem o momento em que resolvera revelar.
Quando o sol nasceu, ele já tinha decidido: precisava saber a verdade.
Mariana ainda estava deitada quando ele entrou no quarto. Tinha os olhos inchados de choro, mas o rosto cuidadosamente sereno — como se já esperasse por ele.
— A gente precisa conversar — ele disse, direto.
Ela se endireitou na cama, segurando o lençol junto ao corpo. — Sobre o quê?
— Sobre o bebê. — Ele se aproximou, firme. — Quero ir contigo ao médico. Fazer os exames, acompanhar tudo desde o começo.
Por um instante, Mariana pareceu perder o ar. Desviou o olhar, mexendo nos cabelos, tentando disfarçar o nervosismo.
— Ainda é cedo, Adriano… o médico nem consegue ver nada direito agora — respondeu, evitando o olhar dele.
— Mesmo assim — ele insistiu, a voz baixa, mas firme. — E