O hospital cheirava a lavanda e desinfetante, aquele aroma estranho que mistura medo e esperança.
Helena respirava fundo, tentando controlar a dor que vinha em ondas. A madrugada avançava devagar, e cada segundo parecia suspenso entre dois mundos: o da espera e o do milagre.
Adriano estava ao seu lado, segurando firme sua mão. O rosto dele mostrava cansaço, mas também um brilho sereno — aquele mesmo azul tranquilo que sempre aparecia quando ela mais precisava.
— Está quase, meu amor — disse ele, com a voz embargada. — Você está indo tão bem.
Ela tentou sorrir, mas uma nova contração arrancou-lhe um gemido.
— Dói… mas eu estou bem… — murmurou, entre lágrimas e risos. — Eu só quero ver o rostinho dele… ou dela.
A obstetra, Dra. Teresa, ajeitou os instrumentos com calma.
— Está indo tudo perfeitamente, Helena. O bebê já quer conhecer vocês.
Lucas, que dormia na sala de espera com a tia Marta, ainda não sabia que, naquela madrugada, ia se tornar irmão.
E talvez fosse mel