O dia seguinte começou com pressa. Reuniões sobrepostas, documentos que pareciam nunca ter fim e, no centro de tudo, o contrato que unia Helena, Adriano e agora também Lígia. Na sala de reuniões, o clima estava formal. Lígia explicava com firmeza um ponto jurídico, circulando termos no papel com sua caneta dourada. Adriano a ouvia com atenção, mas não parecia inteiramente ali. De tempos em tempos, seu olhar se desviava discretamente para Helena, como se buscasse algo. Helena fingia anotar, mas sentia o peso dessa atenção. Não era explícita, nem mesmo escancarada. Era sutil, quase invisível — mas real. No intervalo, quando Lígia saiu para atender uma ligação no corredor, Adriano se aproximou da mesa onde Helena arrumava os papéis. — Não se preocupe tanto com ela. — Sua voz veio baixa, como um segredo. Helena ergueu os olhos, surpresa. — Como assim? Ele sorriu, mas um sorriso pequeno, íntimo. — Sei que pode parecer que ela domina a sala, mas você… você tem outra força. As
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