O relógio da parede marcava 17h10 quando o telefone tocou.
Helena estava na cozinha, tentando preparar o jantar — mas a faca parou no ar assim que ouviu o som.
Por um instante, o coração parou junto.
Ela atendeu com a voz trêmula.
— Alô?
— Helena? — era Rafael. — Saiu o resultado.
O som da voz dele bastou para fazer o chão girar.
Helena apoiou-se na bancada. — E então?
Do outro lado da linha, silêncio.
Depois, um suspiro pesado.
— O corpo não é do Adriano.
Por alguns segundos, ela não soube o que sentir.
O alívio veio primeiro — um golpe quente no peito.
Mas logo em seguida, o medo rastejou por dentro, frio e silencioso.
Se o corpo não era dele… onde ele estava?
— Tem certeza? — perguntou, a voz falhando.
— DNA confirmado. Nenhuma correspondência. — Rafael fez uma pausa. — O homem encontrado tinha documentos falsos. Alguém quis que acreditássemos que era Adriano.
Helena apertou o telefone contra o ouvido, as pernas tremendo.
— Então ele está vivo… —