Narrado por Léa
Alguns homens são como muralhas.
Grossas. Frígidas. Inabaláveis.
Mas mesmo as mais sólidas têm rachaduras.
Zeus Marino era uma fortaleza erguida em concreto de comando, sangue e estratégia. E o mais interessante? Ele sabia que eu estava tentando escalar os muros dele.
E mesmo assim… ainda me deixava chegar perto.
Fiquei sentada no mesmo bar do hotel por mais de uma hora. Sozinha. Taça de vinho pela metade. As pernas cruzadas num vestido vermelho justo, mas elegante. Disfarçando o tédio com classe. O cabelo solto, brincos de pérola, batom suave. Quase uma pintura.
Quase uma armadilha.
Até que ele apareceu.
Terno preto, camisa escura, o mesmo olhar glacial que mais parecia uma faca escondida entre as sobrancelhas.
Zeus: — Você sempre escolhe a mesma taça ou isso é um tipo de superstição francesa?
Léa: — Talvez seja esperança. De que você voltaria.
Ele sorriu de canto. Mas não era um sorriso simpático. Era um sorriso de aviso.
Zeus: — Você estava esperando por mim?
Léa: —