Narrado por Zeus Marino
Planejar a morte de um homem não é como riscar um nome numa lista. É abrir uma maleira de linhas — políticas, financeiras, humanas — e deixar que o nó se feche sozinho. Eu não queria espetáculo. Queria fim certo, limpo e irreversible. E, acima de tudo, queria que o preço fosse exato: o Don da Kodra fora o responsável por transformar vidas em tabuleiros. Era hora de devolver a moeda.
Eles acreditavam que controlavam tudo. Ares me ensinou cedo que arrogância é o primeiro sinal de derrota. O Don tinha orgulho. Tinha aliados que sorriam demais. Tinha filhos com fúria fácil e homens que gostavam de aplauso. A combinação era previsível. A previsibilidade vira falha.
Marquei o ponto de encontro numa estrada secundária — não porque eu quisesse sangue à vista, mas porque ali ele se sentia seguro. O homem anda onde manda, e manda onde se acha dono. Enzo cuidou dos detalhes necessários para que ele acreditasse no movimento que o faria sair do abrigo: uma reunião de aliado