Narrado por Léa
A campainha do quarto soou às quatro da manhã.
Não com um toque físico, mas com a vibração seca do meu celular jogado sobre o criado-mudo.
Peguei com a ponta dos dedos, com a alma em alerta. Um número não salvo, mas conhecido. Um número que eu reconheceria mesmo de olhos fechados.
Alonso.
Atendi sem hesitar.
Léa: — Allô?
Alonso: — Já era hora. Achei que tivesse esquecido que trabalha pra mim.
Fechei os olhos, respirei fundo.
Léa: — Estou no controle da situação.
Alonso: — Controle? Você já devia estar dentro da cabeça daquele maldito Marino. Eu não quero charme, Léa. Quero informações. Quero sangue.
Levantei da cama, enrolei o lençol no corpo e fui até a janela. A cidade lá fora ainda dormia, mas meu coração batia como se estivesse sob ataque.
Léa: — Ele é mais esperto do que imaginamos. Ele me leu no primeiro encontro.
Alonso: — E mesmo assim está conversando com você?
Léa: — Sim. Ontem ele voltou ao bar. Me confrontou. Disse que puxou meu nome. Disse que meu passapor