Narrado por Violetta
Eu ainda estava com a garganta seca quando entrei no quarto.
Não era sede.
Era o peso da expectativa. O gosto da insegurança.
Apolo estava ali, sentado na poltrona com uma taça de vinho, camisa aberta no peito, olhar perdido. Quando me viu, sorriu daquele jeito que sempre me desmontava. Mas eu não consegui sorrir de volta.
Ele percebeu.
Apolo: — O que foi?
Fechei a porta devagar atrás de mim, sem pressa. Me aproximei com passos curtos, o coração batendo mais rápido do que deveria. Sentei na beirada da cama, de frente pra ele.
Violetta: — Ares veio falar comigo.
A expressão dele mudou na hora. Fechou a cara. A taça nem chegou à boca.
Apolo: — O que ele disse?
Violetta: — Ele me testou.
Apolo: — Como assim?
Respirei fundo. Era agora ou nunca.
Violetta: — Ele queria saber se eu era “digna” do seu sobrenome. Se eu estava preparada pra viver no mundo de vocês. Me fez perguntas, tentou me provocar. Me chamou de mulher do passado. Lembrou de tudo que eu tentei esquecer.