A neve já começava a derreter quando Adam empurrou a porta de madeira maciça da nova casa. O som das dobradiças rangendo soava como uma respiração profunda de alívio. Ele entrou devagar, observando o teto baixo, as janelas pequenas, as pedras antigas e vivas como guardiãs silenciosas.
Ana cruzou a entrada logo atrás, os braços em torno do próprio ventre, agora pesado com o filho que carregava. Seus olhos brilharam ao encontrar a lareira ao centro, o pomar espiando pela janela de vidro embaçado, o riacho correndo ao fundo como uma canção de recomeço.
— Aqui. — Ela sussurrou, sorrindo. — Aqui ele vai nascer. Aqui a gente vai renascer.
Adam se aproximou e a envolveu com os braços por trás, repousando as mãos sobre sua barriga. O calor do corpo dela, a vida que crescia ali, o perfume suave dos cabelos... tudo aquilo era mais forte do que qualquer lembrança de guerra.
— Ninguém vai encontrá-lo. — Disse Adam. — Nem ele. Nem ninguém.
Ana olhou pela janela. A floresta, tão densa quanto silenc