O som das sirenes ecoava à distância, crescendo como um presságio inevitável. Ana observava o retrovisor enquanto o carro de Adam serpenteava pela estrada deserta. A fumaça da mansão ainda subia contra o céu azul pálido do amanhecer, uma lembrança de tudo o que deixavam para trás — ou pelo menos, tentavam deixar.
O silêncio entre eles era pesado, não de desconforto, mas de exaustão. Quando Adam finalmente estacionou perto de uma velha cabana à beira do lago, a mesma que Nico havia indicado como abrigo seguro, Ana soltou um suspiro contido.
— Aqui ninguém nos encontra por enquanto — disse Adam, desligando o motor. — Pelo menos até sabermos como a polícia vai lidar com tudo.
Ela assentiu, o olhar perdido no reflexo suave da água que cercava a casa. As mãos ainda tremiam. Seu corpo doía — não pelos ferimentos físicos, mas pelo choque que insistia em gritar em sua mente.
Adam saiu primeiro, contornou o carro e abriu a porta do lado dela.
— Vem. Precisamos descansar.
Ana olhou para ele. Os