O som das gotas de chuva batendo no telhado acordou Ana. Era suave, quase reconfortante, mas dentro dela, algo permanecia tenso. Abriu os olhos devagar e sentiu o corpo de Adam enroscado no dela, um braço protetor em sua cintura, a respiração quente contra sua nuca.
Por um instante, ela desejou que o tempo parasse ali. Que o mundo esquecesse deles. Que a realidade fosse só aquele toque, aquele calor, aquele silêncio.
Mas o celular vibrou.
Adam resmungou algo inaudível e esticou o braço para pegar o aparelho. Os músculos do seu braço se contraíram com o movimento. O brilho da tela iluminou seu rosto, revelando a expressão que rapidamente escureceu.
— O que foi? — Ana perguntou, virando-se para ele.
— Está em todos os jornais. Meu pai foi preso. Mas não ficou calado.
Ela se sentou, os lençóis deslizando sobre seu corpo nu.
— O que isso quer dizer?
Adam entregou o celular a ela. Havia uma manchete:
"Empresário preso em operação federal denuncia filho como cúmplice em sequestro e homicídi