O telefone tocou às 3h da manhã.
Lucia atendeu sem hesitar.
— Fala.
A voz do outro lado era grave, cortante. Um italiano carregado que ela conhecia muito bem.
— Você achou que podia reescrever as regras, Mancini?
— Você achou que bastava amor e flores?
— A Casa Bellini não esquece.
— E nós não perdoamos deserções.
A linha caiu.
Lucia não tremeu.
Mas também não fechou os olhos.
Ficou sentada na beira da cama, olhando para a escuridão.
Serena se mexeu atrás dela.
— Pesadelo?
— O real acordou — disse, com um meio sorriso. — E quer jogar.
—
Na manhã seguinte, a FONTE amanheceu com as portas pichadas em tinta vermelha.
PALAVRAS VELHAS.
SANGUE CHAMA SANGUE.
Lucia leu com calma antes de chamar Adriana, que já estava organizando os backups dos dados.
— Eles estão assustados — disse Adriana.
— E desesperados — completou Lucia. — Quando a estrutura treme, os ratos saem do porão.
Elena chegou pouco depois, com jornais na mão.
— Três membros da antiga Casa Bellini foram assassinados esta madrugad