O quarto estava escuro, mas meu corpo inteiro sabia que ele ainda estava acordado.Dante não dormia fácil.Don nenhum dorme.Talvez fosse o peso de carregar tantos nomes mortos nas costas.Talvez o medo de se permitir fraquejar por um segundo — e acabar com uma bala na cabeça.Naquela madrugada, virei no colchão, olhando para a sombra que era ele.— Quem você acha que tentou me matar? — perguntei, num sussurro.Silêncio.— Dante?— Eu já sei quem foi — ele respondeu, a voz mais grave do que o habitual.— Como?— Rastreadores, câmeras internas, padrões de movimentação… e desconfiança.— Vai entregá-lo à justiça? — perguntei, amarga.Ele se virou. Os olhos encontraram os meus.— Eu sou a justiça, Serena.No dia seguinte, a casa estava estranhamente silenciosa.As criadas andavam com a cabeça baixa.Os seguranças não cruzavam os olhos.Algo estava acontecendo — e eu não fui convidada a saber.Fingi que não percebi. Mas quando Lorenzo passou apressado pelo corredor, segui seus passos.Ele
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