Adriana entrou no quarto de Serena com o rosto pálido, o celular ainda tremendo na mão.
— Precisamos conversar. Agora.
Serena levantou os olhos. Estava lendo o dossiê sobre Amara pela quarta vez.
— Fala.
Adriana bloqueou a porta atrás de si. Sua voz saiu mais baixa do que o habitual.
— Lorenzo está em contato com os homens de Cesare. Há dias.
Silêncio.
Aquela palavra ficou suspensa no ar como uma faca girando.
— Tem certeza?
— Interceptamos um áudio. Ele menciona “entregar o lado fraco” em troca de proteção.
— Lado fraco?
— Você.
E a Lucia.
Serena fechou os olhos por um segundo.
Era como ser traída pela própria sombra.
— Ele está aqui agora?
— No andar de baixo.
Como se nada tivesse acontecido.
—
Lucia, por sua vez, caminhava pelo jardim de pedra da ala sul, onde Giulia costumava plantar lavandas que não sobreviviam ao inverno.
Ela tentava entender Amara.
Tentava não odiá-la.
Mas como amar alguém que surgiu da mentira e da ausência?
A irmã aparecia nos momentos mais inesperados, como