Lucia encarava a jovem à sua frente como se fosse um fantasma.
Não porque não acreditasse.
Mas porque era como olhar num espelho… com rachaduras.
— Você está mentindo — sussurrou, mas sua voz não tinha convicção.
A jovem, com olhos tão escuros quanto os dela, deu um passo à frente.
— Não.
Você é metade da verdade, Lucia.
Eu sou a outra.
Meu nome é Amara.
Serena se colocou entre elas num reflexo protetor.
— Cesare… isso é um truque.
Cesare levantou a taça.
— Isso é a continuação da linhagem.
Achavam mesmo que eu apostaria tudo numa única herdeira?
— Herdeira? — Lucia repetiu, amargamente.
— Isso é um jogo de poder. Não de família.
— E você está dentro dele — respondeu Amara, com suavidade cortante.
Lucia recuou um passo.
Amara não parava de encará-la.
— Fui criada pra isso — disse a garota.
— Enquanto você brincava de fugir com a justiceira aí, eu aprendi códigos, idiomas, política, manipulação.
Fui moldada.
Como uma lâmina.
Lucia estreitou os olhos.
— E agora veio pra quê? Me matar?
A