A manhã mal havia nascido quando Serena invadiu o escritório secreto de Elena.
Não bateu.
Não esperou.
Apenas empurrou a porta e entrou como um vendaval.
Elena, de costas, observava o nascer do sol pela vidraça.
— Eu deveria ter queimado você com aquele diário — disse Serena, sem rodeios.
— Bom dia, Serena.
— Não me provoque.
Você sabia de Amara.
Você assinou o plano.
Você aprovou a substituição.
Elena virou-se.
O rosto calmo.
Mas os olhos… eram de pedra.
— Eu aprovei um plano para o caso de tudo falhar.
E tudo falhou, Serena.
Chiara morreu.
Você se escondeu.
Lucia cresceu sem saber quem era.
— E sua solução foi criar outra filha em cativeiro?
— Minha solução foi garantir que uma herdeira sobrevivesse.
Com ou sem amor.
Serena se aproximou, o olhar cortando.
— Você não vê o que fez?
Você transformou uma criança numa arma.
— E você transformou Lucia em um alvo.
Pelo que sente.
Pelo que não diz.
Serena respirou fundo, furiosa.
Mas não rebateu.
Porque, em parte, sabia que era verdade.
—
E