O dia amanheceu cinza.
A mansão Morelli, apesar da fachada intacta, estava mais silenciosa do que nunca.
Os empregados sussurravam. Os corredores pareciam estreitos demais.
E Dante… ainda dormia ao meu lado, mas com a mão no coldre preso sob o travesseiro.
A guerra agora era total.
Mas o pior ainda estava por vir.
—
Após o café, recebi um chamado de Lorenzo.
— Serena. Precisa ver isso.
— O que foi agora? Mais uma ameaça?
— É pior.
No salão de segurança, ele me mostrou as gravações internas.
— Ativamos câmeras escondidas em alguns corredores após o retorno de Giulia.
Instinto. Precaução. Paranoia, talvez.
— E?
Ele deu play.
Era uma imagem noturna. Corredor do segundo andar.
Data: dois dias atrás.
Horário: 2h47 da manhã.
E então, lá estava ela.
Camila.
A criada mais antiga da mansão.
Pequena, silenciosa, confiável.
Abrindo a porta do escritório de Dante.
Pegando papéis. Fotografando com o celular.
E… fazendo uma chamada.
A imagem congelou quando Lorenzo deu pausa.
— Reconhece o número?