Capítulo 8: Mentiras Necessárias

Meu machado velho, pesado e esquecido na garagem. Agora brilhava úmido e ensanguentado nas mãos dele. O cabo estava vermelho onde seus dedos se fechavam. Cada detalhe era um golpe no meu estômago.

Seus olhos vermelhos cravaram-se nos meus. Não eram mais de animal assustado, mas de predador. Parado, coberto daquela tinta escarlate, ele era a própria ameaça materializada.

Meus pés grudaram no chão úmido. O ar fugiu dos pulmões. Quarto arrombado. Força brutal. Sangue. Meu machado. A pergunta ecoou: O que ele fez? Quem ele matou?

A floresta silenciou. Só o cheiro de terra molhada e sangue fresco, um perfume de morte.

Ele levantou o machado, e eu me afastei inconscientemente. A lâmina refletiu o pouco de luz que restava. Cinquenta metros me separavam dele. Cinquenta metros intransponíveis. Eu estava sozinha, encurralada entre a casa e o homem que parecia ter saído de um pesadelo.

— Onde você esteve? — A voz dele cortou o silêncio, rouca, mas
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