O ar na sala de mapas era estático, pesado com o cheiro de papel velho e madeira encerada. A grande mesa de carvalho no centro sustentava um mapa detalhado da cidade vizinha, com a localização do hotel onde Dante estava hospedado marcada por um alfinete de prata com a cabeça de um lobo. À sua volta, miniaturas de xadrez – lobos, corvos e uma única raposa – representavam as peças no tabuleiro.
Eu, Elysa, estava de pé à cabeceira da mesa, minhas mãos apoiadas na borda fria. Do outro lado, dois homens me observavam. Nael, marido da tia Meire, um homem alto e imponente de pele ébano e olhos âmbar que capturavam a luz como mel. Ele vestia um suéter de lã escura, suas mãos calmas pousadas sobre o mapa. E Virgílio, meu avô. Seu cabelo prateado, tão longo quanto sua barba bem cuidada, caía sobre os ombros de seu smoking impecável. Seus olhos, da mesma cor violeta que os meus e os de Danika, eram poços de uma frieza que fazia a de Dante parecer amadora. — O co