O silêncio que se seguiu à partida de Dante era diferente daquele que havíamos compartilhado no quarto. Este era carregado, elétrico, o prenúncio de uma tempestade prestes a desabar. Ryan permanecia imóvel ao meu lado, sua respiração controlada, mas eu conseguia sentir a tensão irradiando dele como calor.

Sem uma palavra, virei-me e caminhei em direção à biblioteca. Ele me seguiu, seus passos silenciosos um eco dos meus no assoalho escuro. A casa parecia conter a respiração.

Na biblioteca, ignorei as estantes e fui direto ao canto mais sombrio, onde um grande globo terrestre antigo, feito de ébano e madrepérola, repousava sobre um eixo de latão. Toquei uma sequência específica de países – França, Brasil, Japão, Egito. Um clique sutil, e o globo deslizou para o lado, revelando uma abertura escura e umidade que subia da escuridão: a entrada para os túneis.

O ar nos túneis era gelado e pesado, carregado com o hálito úmido da terra e do tempo. Caminhávamos em