A escuridão do quarto era aconchegante, quebrada apenas pelo brilho suave das pequenas estrelas fosforescentes pintadas no teto abobadado. Estávamos deitados lado a lado, sem nos tocar, o espaço entre nossos corpos um abismo carregado de tudo que havia sido dito e não dito.
Meus olhos percorriam as estrelas falsas, tentando encontrar padrões onde não existiam nenhum. Uma forma de fugir do turbilhão dentro da minha cabeça. Ursa Maior. Orion. "Será que foi Elysa quem as pintou?" um sorriso sincero adorou o meu rosto. — E então?Suas palavra ecoaram como um convite. Uma abertura. Ela estava dando a mim, Ryan Carter, a chance que Leo nunca teria. Respirei fundo, o ar do quarto cheirando a ela, a madeira envelhecida e a um resto do perfume de Dante que ainda impregnava o chalé. — Dois anos atrás — comecei, minha voz soando estranha para meus próprios ouvidos, como se fosse a primeira vez que a usava para contar essa história. — Eu era