Sleny sempre viveu à sombra de suas irmãs, mas quando finalmente brilha em seu terceiro concerto, a celebração se transforma em um pesadelo. Aplaudida e desejada, ela não imagina que um olhar penetrante a observa nas sombras: C, um homem enigmático e obcecado, que a conhece mais do que ninguém. Capturada em uma teia de amor distorcido, Sleny é sequestrada e se vê presa em um jogo sedutor e perigoso, onde cada dia é uma luta intensa pela sua sanidade e liberdade. Conseguirá escapar da prisão emocional que C construiu? Terá a chance de reencontrar suas irmãs ou se tornará refém desse amor que promete consumir sua alma? Determinada a não ser dominada por ele, ela trama uma fuga sagaz, movida por um desejo insaciável de vingança e liberdade. Em meio a notas de dor e desejo, ela mergulha em um mundo de sedução e traição, desafiando seus próprios limites para recuperar sua vida. Desde quando C a observa? Quais são suas verdadeiras raizes? Vamos descobrir?
Ler maisMeu pai sempre me alertou de como não deveríamos aceitar nada de estranhos. Assim como tomar cuidado com o homem do saco, o carro preto e pessoas boazinhas demais entregando guloseimas na rua.
Acredito que se eu tivesse levado este conselho a risca, nada disso teria acontecido. °•[Até um pianista pode errar, se tentar tocar e cantar ao mesmo tempo]•° Sleny e as suas irmãs se encontram em um restaurante familiar, comemorando a mais uma apresentação bem sucedida da caçula. Todas animadas, sentindo a agitação no ápice por mais uma performance marcada das mãos mágicas de Sleny. — Parabéns, irmã! — Amy, a irmã do meio, se levanta para dar um abraço em Sleny que sorrir como nunca antes. — Obrigada! O abraço exagerado e sufocante é a prova de que mais uma vez as irmãs se mostraram apoiadoras umas das outras. Sleny, sendo a mais nova, tomou para si o fardo de ser a 'menina doce' da família, não querendo ficar para trás. Afinal, quem gostaria de ser uma 'Zé ninguém', tendo uma irmã cantora e uma irmã modelo? Algo nisso tudo ela deveria ter herdado. — Eu concordo com todos os elogios que escutei sobre você, irmã. Você é muito boa no que faz. — Liliany olha para caçula de maneira calorosa, o que mais desejava era ver suas meninas realizadas, e olha onde estão? — Papai ficaria orgulhoso de você. — Qual é! — Sorrir, envergonhada — vocês estão me envergonhando, parem com isso. — Mas é verdade, você toca tão bem, meu amor — Liliany comenta, entusiasmada. — Você fica ótima no piano, é como um anjo de tão leve que são suas notas! — Completa Amy. — Com duas pop stars na família, por que não uma terceira? — Estou doida pra apresentar pra todos a minha irmã caçula. Amy b**e as mãos uma na outra empolgada com algo novo na cabeça. — Poderíamos marcar um show juntas! Eu canto, Lily dança e você toca, seria perfeito! As trás mosqueteiras! Sleny da um pulo assutada no seu lugar. Tudo bem estar animadas, mas é pra tanto? — Certo, certo, gente. Eu ainda tô começando, não precisam ir me apresentando de cara para seus fãs lunáticos. Estou muito bem sem stalkeres loucos e ciumentos. Todas sorriem, brincando umas com as outras e se deliciando na comida do restaurante. O local é significativo de muitas maneiras, sendo um lugar especial para as três irmãs. Todas tem suas características e subjetividades. Liliany, a mais velha, (vinte e nove anos) com uma carreira promissora, estando em várias capas de revistas em moda e sendo reconhecida como bailarina de primeira mão. Ela é confiante e feroz, e desde muito nova fora ensinada a cuidar e zelar pelas duas menores com unhas e dentes, uma mãe para as meninas. Amy, já é ao contrário, a do meio, (vinte e quatro anos), é mais tímida e recatada, uma beleza misteriosa e fria, calculista uns até dizem. É cantora e tem pelo menos quatro turnês internacionais por ano. Sleny cresceu tendo sua visão limitada por suas irmãs, mal reconhecida na mídia. Isso para proteger sua infância e sua pureza de tantas pressões e esquemas ocultos desse sistema nojento. Mesmo inibindo sua presença nas câmeras, teve curiosidade e vontade de crescer e ser reconhecida mundialmente por seu talento, assim traria orgulho e, principalmente, estaria a altura delas. A altura de suas amáveis irmãs. *•][SLENY][•* Depois de muitas risadas e bebidas, Lily segura nossas mãos sorrindo, meio nesse mundo, meio embriagada. — Estou tão orgulhosa das duas... Principalmente de você, Sleny, que finalmente está conseguindo se abrir novamente. Amy olha pra mim com preocupação e o mundo se torna cinza novamente. O olhar, o cuidado nas palavras, tudo em Liliany faz com que eu caia na real e que meus sentimentos enfim felizes se tornem gasolina para minha angústia. — Leny, o que Lily quer dizer, é que deve deixar o passado para trás e fazer isso não por nós, mas por você mesma... Se visse como você é linda e nova... Antes que Amy possa terminar de falar, bato na mesa com a cabeça baixa de maneira instintiva. Hoje deveria ser um dia feliz, um dia em que eu poderia olhar para elas sem me sentir inferior ou suja pelo sangue que carrego nas veias. — Tá na hora de conversamos sobre isso e deixar as cartas na mesa. Sleny, você não tem mais oito anos, você tem vinte, é uma adulta agora! — Liliany olha para mim de maneira magoada, sua voz treme e seus olhos ficam marejados. Ela não deveria ter tocado neste ponto, poderia estar tudo bem agora! Me levanto do meu acento alterada, não quero agir de maneira birrenta ou fazer escândalos desnecessários. Entretanto, não consigo me conter e nem controlar tudo aqui dentro, dentro do meu peito. — Eu não quero saber! Eu não quero falar sobre isso, eu não quero saber sobre ela! E muito menos comentar sobre ele! Eu! Não! Quero! Todos no restaurante param de comer para nos observar, confusos e murmurando. Eu seguro minha vontade de chorar e respiro fundo, evitando olhar pra Amy e Lily. — Se sente agora e pare de gritar. Vamos ter uma conversa civilizada. Liliany fala de maneira tão calma e responsável, que só faz agitar minha irá. Eu sei, eu reconheço que não deveria estar agindo desse jeito, que deveria conversar, mas a maneira tão calma como estão tratando de uma ferida minha, só faz com que eu me rebele. Só faz com que eu queira explodir. — Você não entende?! Isso é difícil para mim! Por quê não deixam para lá?! — Eu bato no peito sentindo minha garganta arder, — essa noite era para ser especial e é esquecível, mas você... Não consigo deixar de mostrar meu desapontamento. Um segredo que deveria ser enterrado junto ao corpo do meu pai, que deveria ser respeitado, — não precisa ficar assim... — Amy diz, tentado apaziguar a situação, — Você é muito mais parecida com ela, e tudo bem, é a nossa mãe! — Ela é a sua mãe! — Aponto para as duas, revoltada pela comparação. Eu devo, devo mesmo esfriar a cabeça, não com elas, não aqui, — Já chega, deu por hoje, vou me retirar. — SLE-...! Não deixo Amy me parar e nem fico para escutar ainda mais dores. Apenas pego o meu cachecol e saio do restaurante. Eu costumava ser muito apegada ao meu pai. Nossa mãe se casou com um homem rico e nos deixou para trás. Meu pai nos deu uma vida de luxo, nos ensinando a seguir e lutar por nossos sonhos e dons. Eu sempre desejei ser uma pianista, igual a ele. Sabe aqueles momentos normais? Em que parece tudo bem e seguindo como o rio? Poisé, foi num dia como este que recebemos a notícia do falecimento dele. Tudo que eu tinha se foi junto com ele, sonhos, expectativas, cores e... No fim, só ficou meu corpo nessa terra e seu antigo piano na sala de estar. — Droga! — Chuto uma latinha que estava no meio da rua com força, sentindo o vento frio em meu rosto. O céu está nublado, uma noite sem estelas e sem movimento na cidade da tecnologia. Dissipo os meus pensamentos conturbados ao ver um homem muito bem vestido no beco vazio. Ao que parece, não sou só eu que noto a presença de outro. Ele se aproxima de mim aliviado, enquanto eu recuo os passos. — Por favor, não tenha medo. Eu só preciso de ajuda, acabei me perdendo sem querer do meu assistente... Ele sorrir envergonhado, coçando a cabeça com as bochechas vermelhas. Seu sorriso é simpático e seus trajes mostram que dificilmente seria um ladrão ou um morador de rua. Um homem elegante e fino, sim, e o que parece ser. "Como alguém como 'ele' se meteu nessa parte da cidade?". — Perdido? — Pergunto intrigada. Algo nele chama a atenção, talvez sua simpatia, ou sua aparência que por mais bem vestida, da um ar relaxado e tranquilo. Aquele 'amigo de todos'. — Sim. — Ele sorrir novamente, — Não sei onde fui me meter, sinceramente estou desesperado hahha.Seus olhos são transformados em irá pela a minha ousadia. Ele puxa o meu cabelo com força para trás, força o suficiente para eu sentir alguns fios se estalando em minha orelha, a dor me fazendo grunir. — C! Está doendo! C não me escuta, ele puxa o meu braço e me empurra para o chão. Suas mãos agarrando o meu queixo, me forçando a olhar para ele. E então, eu sinto. Sinto o impacto em minha bochecha, me fazendo cair novamente. "O-O que...?" Sinto como se eu estivesse em câmera lenta. Meus olhos fixos nos dele, sua mão no ar, dando um grande tapa em mim. Toco em minha bochecha, sentindo o gosto de sangue pelo impacto. — Você... Antes que eu pense com clareza, outro tapa me arrebata. Meu mundo se desabando enquanto noto a diferença de tamanho e força. C pode me matar. Ele pode, ele tem a capacidade para isso. Mesmo que eu lute com todas as minhas forças, ainda sim, seria um milagre se eu conseguisse machucar ele.— Isso é para você aprender! Nunca mais tente essa gracinha novam
Depois de tomar um copo de água com açúcar, Castiel se acalma um pouco. Nos sentamos no sofá da sala e dispensamos todos os empregados, ficando os três a sós.— Você está bem? Castiel. Amy pergunta preocupada, ela sempre foi a mais cautelosa em lidar com os sentimentos dos outros. A que se desespera junto com a pessoa? Sim, mas ela é uma boa ouvinte e sempre gostou de estar a disposição.— Sim, me desculpa meninas... Eu só.... — Castiel para e coloca as mãos no rosto, respirando fundo.— Tudo bem, está tudo bem. — Falo alto para todos nós, mas mais para eu mesma escutar.— Nós entendemos o seu desespero, mas como ficou sabendo? Ainda não tornamos público o caso, só falamos com a polícia...— Tentei ligar para Sleny estes últimos dias, ela não respondia minhas mensagens nem atendia as minhas ligações. — Sua voz treme enquanto ele cerra as mãos em punhos, a modo como se tentasse reprimir suas emoções, — Logo deduzi que algo havia acontecido, falei com o meu secretário e pedi para inv
*•][LILIANY][•*Estou com sono e corpo pesado. Nada, nada está dando certo! Em meio a frustração de mais um rastro apagado, acabo jogando um copo com água na parede, assustando a todos.— Irmã! Se acalme! — Amy diz enquanto corre para me abraçar.— Já fazem quatro dias, Amy! Quatro dias! Tem noção disso?! Nossa querida bebê!Não evito chorar, nem tento parar, desabo em desalento enquanto minhas lágrimas se sentem livre. Amy, sempre ao meu lado, me abraçando e me passando forças que eu jurava não ter. Em nosso momento de sofrimento íntimo, um dos nossos empregados vem ao nosso encontro.— Encontraram nossa irmã?! — Amy mal deixa o empregado falar, já o questionando.— Infelizmente não, segunda senhorita... Mas, o senhor Castiel está aqui, e deseja falar com ambas.— Castiel?! — Pergunto surpresa.Castiel é um CEO que me ajudou em minha carreira e a levantar a minha moral. É um dos meus melhores amigos, filho da melhor amiga de nossa mãe. Nossa família,
Ele tira a camisa e sobe na cama, ficando entre as minhas pernas. Suas mãos tocam as minhas coxas e sobem para de baixo da minha saia."Saia?" Olho para suas mãos e logo após para a roupa que estou vestindo. Não é da noite em que fui sequestrada, é outra roupa! Antes estava em um vestido branco rodado, hoje, estou com uma saia curta roda e uma blusa quase transparente.— Eu não acredito... Minhas roupas... — Olho para ele indignada, rancorosa, — Você trocou as minhas roupas enquanto eu dormia?!— Opa... — Ele sorrir, retirando as mãos do meu corpo e se sentando na cama direito, me encarando.— A quanto tempo estou aqui? A quantos dias estou nessa casa?! Seu olhar não demonstra nenhum arrependimento, nem parece que fez algo errado. — Você é muito barulhenta, sabia? — Ele junta as mãos e as estrala, como um 'tanto faz'.— O quê você..?— Se a sua preocupação for sobre a gente ter feito sexo, não se preocupe, não tirei sua virgindade enquanto dormia.— C-Como assim...?— Eu já vi s
Não sei em qual momento daquela situação horrível eu acabei dormindo, mas acordei novamente, com a esperança de tudo não ser um simples pesadelo.Só que, o teto é o mesmo que tive em meu pesadelo, a cama é a mesma também, e a corrente em meu tornozelo, bom, continua apertando e marcando a minha pele com seu peso e frieza."É o mesmo hoje também".Eu quero parar de chorar e ser forte. Quero ser aquela mulher heróica dos filmes e livros, que não se vitimiza e consegue encontrar uma saída. A diferença? É que sou uma covarde, eu nunca fui capaz de cuidar da minha vida, nunca fui capaz de cuidar das minhas irmãs, de nos sustentar, e nos ajudar. Muito pelo contrário, eu sou a pior, e ainda consegui ser sequestrada depois de ter discutido com elas.Se eu fosse apostar agora, diria que a culpa me matara primeiro do que eu mesma nesse maldito lugar.— Ele foi embora, que bom. — Toco o lado em que ele estava, os lençois bagunçados mas sem ele ali.Não quero ver esse homem nunca mais na minha vi
C me olha enquanto choro, suspira irritado e tampa a própria boca com a mão pensativo. Depois de ter seu momento a 'só', se decide. Ele levanta da cama onde estava sentado e anda até um grande closet negro, cheio de roupas femininas. Abre uma gaveta e tira de dentro uma tornozeleira dourada com pedrinhas vermelhas. Uma tornozeleira luxuosa e o símbolo da minha nova vida, e de brinde, com uma corrente combinando com as pedrinhas.— Venha aqui.— O-O que você quer fazer?!— Eu mandei você vir aqui!Seus passos apressados vindo atrás de mim. Me levanto da cama e tento correr para longe, mas sou pega por ele e lançada novamente para o colchão. C agarra meu tornozelo com força, força o suficiente para me fazer deitar enquanto ele o acaricia.— Dói? — Ele pergunta, beijando os meus dedos e sorrindo. Suas mãos macias apertando meu pé como se quisesse me torturar e ao mesmo tempo me idolatrar. Ele coloca a tornozeleira e tira suas mãos de mim. — Bom, para sua sorte não temos uma corrente meno
Último capítulo