Ele é o próprio dilúvio, e por coincidência, ela é uma sereia. Heydrich Baruch é uma pessoa fria, calma, antipática, calculista e inexpressiva. Não gosta de humanos, com exceção de Jasmim, embora, não costume demonstrar. Odeia toda família real, principalmente, seu pai, por tudo que lhe fez passar, a ele e a sua mãe. É orgulhoso e confiante de sua própria força. E não consegue demonstrar o que sente devido ao bloqueio emocional, em que está aprisionado. Em contrapartida, numa outra vida, Tulipa, foi conhecida como uma cientista de grande conhecimento, mas, ineves desses conhecimentos levaram seu país à revolução. Levaram-no ao esquecimento. Num mundo em que a superprodução conta mais que vidas humanas. Tulipa, é contida, perspicaz, um coração enjaulado pelo passado. Uma alma amaldiçoada em busca de redenção. O amor ao próximo tornou-se seu lema, dar sua vida pela vida dos outros seu cotidiano.
Leer másNão consigo me manter em pé. Esta tarde. Minha visão durante a noite ainda é péssima. Escorro-me num arbusto e fico inconsciente, e também, não é como se eu pudesse continuar, tenho muitas feridas abertas. Nessa noite não posso fazer muito por mim, e se eu sair ao vilarejo, voltarei a ser a caça e não sobreviverei.
Tudo fica escuro. Talvez seja por outras, ou ainda por muito poucos minutos;
Desperto. Olho em volta e me vejo num quarto simples sem muitas mobílias. O teto, está todo comido por furões, a janela ao lado de mim, dá espaço para ver o lado de fora, cheio de flores das mais diversas cores. O ar frio vem do mar, e entra pelas frestas da janela.
-- PAI. ELE ACORDOU.-viro-me para poder encarar a voz feminina que me grita ao ouvido. E ela é pequena de cabelos loiros encaracolados, e olhos azuis como o céu. -- Você se sente bem?—cutuca minha bochecha.—Meu pai te encontrou desmaiado na floresta e te trouxe para cá. Você lembra? Acredito que nao ne? Não estava acordado.
-- Tulipa, não incomode o hóspede.-um homem de provavelmente um metro e setenta. De cabelos loiros, encaracolados e olhos azuis. Afasta a garota de mim.—deixe-o respirar.—a garota dá de ombros, ela é pequena, deve ter doze ou quinze anos. -- diga sua mãe, para trazer algo para este homem comer.
A garota se retirou.
-- Meu senhor, em que minha pobre família pode lhe servir?—o homem disse se ajoelhando diante de mim.
- Quem te enviou?
-- Ninguém senhor, te achei por acaso.—disse com a voz trêmula.
- Então como conheci minha identidade?
-- Não conheço senhor. Seu cabelo é azul como as profundezas do mar, uma marca particular da família real. Se eu estiver enganado. Por favor ignore, esse homem velho e inculto.
Ouço as vozes femininas se aproximando.
- Levante-se. Não conte nada a sua família, caso não terei que silencia-los.
-- Aqui, está a comida.—uma mulher parecida com a garota, mas de cabelos pretos de olhos azuis, me entregou o prato de comida.
-- Agradeça.
-- Tulipa. -- o homem repreendeu a filha pelo comportamento audacioso.
-- Agradeça pela comida. -- disse me encarando seriamente. -- A comida é sagrada.
-- Tulipa. Saia. Já te falei sobre impor seus ideais nos outros, isso é errado.—Ela abaixou a cabeça para o pai e se retirou.
-- Desculpe pelo comportamento da minha filha, desde criança que ela é assim, um pouco avançada para sua idade.—disse a mãe.
Não lhes respondi, e me foquei em comer. Vai ser uma pena se a comida estiver envenenada vai atrasar a cicatrização das minhas feridas. Mas preciso comer algo, a dias que não descanso. Se eu sair nesse estado, serei morto.
Contra três membros de uma família eu posso lutar, até se estiver inconsciente, mas não contra as pessoas do meu sangue.
Vou ficar aqui alguns dias até que esteja totalmente curado.
Durante o resto do dia, a mulher mais velha apenas me trouxe refeições, mas aquela criança não apareceu. Esse lugar cheira a flores, é um cheiro diferente do que estou habituado e um pouco enjoativo. Estou mais familiarizado com o cheiro do sangue.
No segundo e no terceiro dia também não sai do quarto, muito menos levantei da cama. Apenas recebia as refeições. Não vi a criança, mas consigo ouvir a voz dela por toda casa. Ela grita demais. Deve ser, felicidade.
No quarto dia me levantei. Dei algumas voltas pelo quarto, sai do mesmo e fui para sala onde encontrei o dono da casa, no qual nem sequer perguntei o nome.
- Estou mal. Quero me banhar.
-- Claro. Vou providenciar imediatamente.
Sentei-me numa das cadeiras esburacadas, cruzando os pés.
-- Não gosto que trate meu pai como um escravo.—a garota puxa uma cadeira se sentando à minha frente—ele é um homem incrível que nada mais faz do que lhe ajudar.
-- Porque está falando comigo?—apoiei minha cabeça com minha mãe, a encarando com desdém. -- teu pai não te falou para não me incomodar.
-- Se se sente incomodado devia ir embora. Ninguém está obrigado a permanecer aqui. E aliás, está acabando nossa comida, e aumentando o trabalho em casa. Não sabemos quem é. Às tantas é um assassino, não gosto de estranhos na minha casa.
-- Você me conhece?—ela emudeceu e desviou o olhar. -- sabe o que eu faço com pessoas irritantes?—abaixou o olhar.—estranhamente você sabe. Tem medo que eu mate seus pais?
-- Independentemente de quem quer que você seja. Lembre-se das pessoas que o ajudam sem pedir nada em troca.—se levantou e saiu.
Fiquei encarando a direção que ela levou. Será que essa família me dará problemas futuros?
(...)
Depois de uma semana aqui, já me sinto completamente recuperado. Devo voltar.
Esse lugarzinho é calmo, está distante da maior parte das casas. Quase nenhuma vizinhança ao redor. Eles tem um imenso jardim com as mais diversas flores. De tanto que fiquei aqui, acabo cheirando flores também.
-- O cheiro de flores de enjoa.—Ouço a voz atrás de mim. -- você faz uma cara de nojo nada discreta, sabia?
-- Do mesmo que fico quando você aparece. -- arranco uma Tulipa amarela, e a entrego, ela estala a língua e pega a flor.
-- Não fique arrancando as flores do jardim do meu pai.
-- Quantos anos você tem quinze?—nao responde. -- se você se casasse seria uma péssima esposa. Fala demais. Se continuar assim vai morrer antes dos dezoito.
-- Você fala em morte como se ela nada fosse.—ela se aproxima e aponta o dedo para mim, seu rosto ficou sério. E as palavras que pronuncia, é como se fosse de um adulto que já passou pela guerra.—E se você morresse já imaginou? Já imaginou como seria se fosse fraco?? Devia usar seus poderes para salvar as pessoas ́ para as proteger. É dever dos mais fortes protegerem os mais fracos.
-- A espécie que não se adapta à natureza morre.
-- Não. Você não é mais do que ninguém só porque tem sangue nobre. Ops. Merda.—arqueou as sobrancelhas. -- escutei sua conversa com meu pai. Mas, esse não é o foco. Você não sente. Seu coração não dói quando vê homens e mulheres, crianças, morrendo pelas suas mãos. Você não consegue sentir a agonia deles. O desespero. Isso não te perturba? Não te tira o sono? Você é humano também. Todos fazemos parte da mesma espécie, porque olhar para uns como se não fossem nada?
-- Se quer saber. Eu não sinto. Mas, isso não é algo que você entenderia. E não é só porque somos da mesma espécie que significa que todos somos humanos. Está com raiva de mim, por algo que eu ainda nem fiz. Imagina eu te fizer. Vai se revirar dos mortos e me assombrar? Quer se salvar? Fure a fronteira e vá embora. Ou nasça num mundo que não existam tiranos. O que eu claramente duvido existir.
Eu tenho vinte anos e escutei aqui trocando farpas com uma criança. Que desperdício. No mesmo dia peguei minhas coisas sem me despedir. Tenho de recuperar o que é meu ou afundar nos confins do mar.
TULIPA.Possamos de frente a casa, onde deixamos Jasmim.-- Acabou!—disse aliviada com os pés na terra—finalmente acabou. Meu deus, eu nunca mais entro no mar.Ele começou a rir. E ainda é uma surpresa para mim lhe ver rindo.-- Como assim acabou?—lhe encarei com incrédula. -- Você me fez, tomar responsabilidade de todo esse país, e você vai me ajudar. Não vai?Seu tom é de ameaça, mais do que de pedido.-- Claro. -- ele sorriu para mim.-- E quando você crescer, nós iremos nos casar.—o encarei com desdém me sentindo ofendida.-- Está me chamando de criança.-- Se sente criança?—respirei fundo lhe dando as costas, ele segurou minha mão e me fez virar para si. E seus lábios ficaram próximos dos meus, uma onda de nostalgia passou pelo meu corpo. Me senti tímida sobre seu olhar intenso. E ele faz isso de propósito, para me deixar corada. Agarrei, pela gola de sua camisa.-- Não sou uma criança.—aproximei mais nossos rostos, nossa respiração se fundio. Seus lábios são rosados e carnudos.
HEYDRICH BARUCHEm meio a luta contra Lamech, depois que consegui arrancar sua cabeça. Minha marca começou a doer. Minha visão ficou turva, e sem que me dê conta. Toda a marca estava me cobrindo. Tentei controlá-la para mandá-la voltar. Mas aí, o castelo foi puxado para as águas negras, o poder das marcas ficou mais forte.Fui perdendo minha consciência, e sendo embriagado por uma escuridão inexplicável. Mas, eu tenho que voltar, não posso ficar aqui. Tulipa, está me esperando. E a conhecendo, como a conheço, se eu demorar mais, ela vai ser impulsiva e vai entrar do mar. E tudo que eu menos quero é que Netuno a capture.Mesmo inconsciente, ainda, tenho controle da minha mente. Mas não consigo me mover, como se estivesse preso, dentro da paralisia do sono.Droga.Que ao menos Tulipa esteja segura.É pensando nela, que a escuridão em minha mente, foi clareada, por um vasto jardim, cheio de Tulipas amarelas.TULIPA.A montanha, é só um disfarce, ou talvez, um aviso da área proibida. Assi
-- Os mares e oceanos conectam mundos. Por isso foi fácil te puxar para essa dimensão. Os mares são portais. Basta estar nos locais certos. Nas profundezas de um antigo lago, há um portal desconhecido para os humanos, onde a água não é apenas um líquido vital, mas um elemento temporal, tecendo o tecido do tempo e das dimensões. Este lago, em sua tranquilidade, guarda segredos que transcendem a compreensão humana. Suas águas claras e frias são, na verdade, um véu fino que separa o presente do passado e do futuro.--ela estalou os dedos, como se uma bolha estivesse sendo estourada. Entao me vi diante de uma outra realiade, onde passado, presente e futuro coexistiam em uma dança caótica e harmônica. Observei o mundo da minha infância fundindo-se com vislumbres de um futuro desconhecido. Vi pessoas que já se foram andando ao lado de gerações que ainda não nasceram. E, em meio a esse turbilhão, dimensões alternativas se revelaram. Em uma delas, vi uma versão de mim mesmo que escolheu um cam
Sua pele, escura como o ébano polido, brilha suavemente sob a luz, destacando-se com um brilho quase etéreo. Os traços de seu rosto são esculpidos com perfeição divina; suas maçãs do rosto altas e bem definidas, olhos profundos como poços de sabedoria, capazes de ver através das camadas da realidade. Seus olhos, grandes e expressivos, são de um tom que lembra os céus noturnos, cintilando com estrelas infinitas de conhecimento e compaixão. Os cabelos de Fariya, longos e ondulantes, caem como uma cascata azul e brilhante sobre seus ombros, envolvendo-a em uma espécie de véu natural. Decorados com ornamentos de prata e pérolas, que acentuariam ainda mais sua beleza celestial.Suas vestes são dignas de sua divindade; um manto fluido de tons profundos e ricos, como púrpura ou azul-marinho, adornado com bordados intrincados que contam histórias antigas e misteriosas. O manto flutua graciosamente ao seu redor, como se estivesse sempre em movimento, refletindo a fluidez da água, o elemento de
- Bom te ver filho.- Não digo o mesmo.-- Espero que você saiba que o nosso reino não é aqui, neste mundo, mas sim num lugar mais vasto. Que nos represente.-- Se soubesse disso não teria matado seu próprio irmão.-- Foi necessário. Do mesmo jeito que você matou o seu.-- Não me compare consigo. Eu não sou que nem você. Que foi capaz de estuprar sua própria sobrinha. Uma mulher que você viu crescer.-- Tulio sabia que eu a amava, se ele tivesse aceitado que eu me casasse com ela nada disso teria acontecido.- Amor e obsessão são coisas diferentes. Você a magoou, e a deixou para morrer. Você condenou a mim e a ela a morte, em troca de poder.- Se vocês tivessem aceitado passar para o meu lado, a maldição não avançaria.—levantou-se, se aproximando de mim.- E você chama isso de escolha? Nos condenar e nos obrigar a ficar consigo.—falei enfurecido.—ASHIR.As correntes escuras ao redor deles se agitam, refletindo a tensão no ar.Meus olhos brilham como a noite sem estrelas, manipulo as á
Eu saí querendo ficar.Mas seria uma jogada arriscada. A colocar no meio dessa luta.O castelo está no mar por um motivo óbvio, apenas pessoas nascidas com habilidade de se mover sobre a água podem entrar. Então, muito dificilmente, um ataque estragueiro seria possível. Porque para isso eles teriam de ser capazes de se pôr em pé no mar. Mas, nós, somos o único povo capaz de realizar tal feito.Ao redor do palácio, vários soldados me aguardam.A manipulação da água, é um poder de gerar, moldar e controlar água. É uma variação da manipulação líquida, e elementar. E a partir do momento que um homem, consegue interpretar essas fases, estará pronto para realizar suas manifestações.Uso a Hidrocinética, para evitar e passar pelos soldados evitando uma luta desnecessária. Pulando para dentro do castelo. Assim que se apercebem eles batem retaguarda, e correm sobre a água. Destruo os portões, impedindo que eles entrem. Se eles fossem habilidosos o suficiente era só usar a hidrocinética para e
Último capítulo