O sol ainda não havia rompido totalmente o céu. A casa estava quieta, o quarto morno. O corpo de Isadora repousava sobre o de Cael, e ele a observava como se estivesse tentando memorizar o que não poderia mais esquecer.
Ela dormia. Serena. Linda. Mortal.
E ele… não sabia mais o que era.
Desde o instante em que a tocou — em que permitiu que o desejo tomasse forma — algo dentro dele tinha se quebrado. Ou talvez nascido. Sentia o peito mais pesado, os sentidos mais vivos. O corpo, pela primeira vez, parecia real demais.
Isadora se mexeu devagar, os olhos ainda fechados, e murmurou o nome dele com uma doçura que o atingiu no âmago.
Mas antes que pudesse responder, Cael sentiu.
O ar mudou. Ficou denso, elétrico. Uma vibração antiga correu pelas paredes, como se o mundo ao redor estremecesse com um segredo esquecido. Ele se sentou devagar, o olhar fixo na janela.
— Não… — sussurrou.
Isadora abriu os olhos, assustada.
— O que foi?
Cael se levantou num movimento só, o corpo nu envolto por uma