O toque de Cael foi um rompimento. Do céu, do corpo, do que ele era — ou fingia ser.
Seus dedos pousaram na pele de Isadora como quem pede permissão e, ao mesmo tempo, como quem já pertence. Um toque que não era casto. Era contido, sim — mas apenas por um fio. E esse fio começava a arrebentar.
Isadora sentiu o arrepio subir da base da nuca até os tornozelos. Cael parecia quente demais para um corpo só. A palma dele percorreu devagar a lateral do rosto dela, desceu pelo pescoço, com a mesma reverência de um homem que reza — mas ali, a oração era o corpo.
Ela fechou os olhos.
Quando abriu, ele já estava mais perto. Tão perto que ela sentia o coração dele, forte e acelerado, como o de quem está prestes a cometer algo que não se pode desfazer.
— Eu não devia — ele sussurrou, e sua voz agora era grave, embriagada de vontade.
— Então não pare — ela respondeu, com um fio de coragem que nem sabia que tinha.
A boca de Cael roçou a dela com tanta lentidão que pareceu pecado. Mas não havia mais