fome

O mundo parecia outro ao amanhecer.

A floresta estava mais quieta.

Não era silêncio natural — era ausência. Como se os próprios animais tivessem fugido da energia que agora os cercava.

Selena acordou primeiro.

A pele ainda ardia.

Não como febre, mas como fome.

O Elo.

Ele pulsava por dentro, pressionando seus ossos, seu sexo, sua garganta. Uma urgência viva. Selvagem.

E, ao lado, Rurik dormia como uma fera prestes a despertar.

Sem camisa, o corpo nu apenas coberto por sombras.

As cicatrizes nos ombros, nos braços, na barriga — ela conhecia cada uma delas. Tinha sonhado com elas. Sentido o gosto delas em outra vida.

Ele era seu. Sempre foi. Mas ser dele era a parte perigosa.

Ela estendeu a mão.

Só para sentir. Só para tocar.

A ponta dos dedos percorreu o ombro dele, devagar, como quem estuda o próprio vício.

Rurik abriu os olhos.

— Selena…

— Só estou tocando.

— Está chamando.

A voz dele era rouca, grossa de sono e luxúria contida.

Ela não recuou.

— O Elo não vai parar, Rurik. Vai contin
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