fissuras

Rurik chegou à cabana antes do pôr do sol.

O céu estava roxo, sufocado por nuvens. A mata parecia segurar o fôlego.

Ele sentia o cheiro dela antes de vê-la.

Selena.

Na varanda, de pé, com os cabelos soltos, olhos fixos nele como se soubesse que ele viria.

Sabia. Ela sempre sabia.

— Correu a floresta inteira pra me achar?

— Você estava sangrando — ele disse, sem rodeios.

Ela cruzou os braços.

— Ninguém me tocou.

— Mas quiseram.

— Não são você.

Rurik subiu os degraus em silêncio, sem tirar os olhos dos dela.

O Elo pressionava. Cada centímetro que os separava doía como carne sendo costurada viva.

— Está doendo? — ela perguntou.

— Como se minha alma estivesse sendo puxada pelas veias.

— Bom.

— Por quê?

— Porque agora você sabe como me sinto toda vez que tenta resistir a mim.

O silêncio caiu como uma espada.

Rurik parou à sua frente, tão perto que o calor dos corpos criou uma bolha de vapor entre eles.

Ela ergueu o queixo.

— Vai continuar fugindo?

— Estou tentando não marcar você agora mes
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